Aqui, o Marcos Antônio tentou adivinhar o que vinha na cabeça do piloto asturiano no momento em que se viu naquela situação embaraçante…
Mês: Março 2010
Continental Circus – o livro
Para ver mais pormenores do meu livro, coloco aqui o link para lerem a sinopse que está no site da editora Bubok (www.bubok.pt) O preço do livro é de 24.95 euros, na versão papel (despesas de envio não incluidas), e 10.95 euros na versão electrónica. Para além da tal sinopse, tem lá um link onde podem ler um extrato do livro. E não escolhi um ao acaso: foi o que escrevi no fim de semana do GP da Grã-Bretanha de 2009, aquela em que a FOTA se zangou de vez com Max Mosley e decidiu criar a sua própria série. Uma aventura que durou alguns dias, lembram-se?
Aproveitem agora, ainda por cima é um dos destaques da editora…
Troféu Blogueiros – Ronda 2, Australia
Em suma, sabiamos do potencial, mas desconheciamos que isso lhe daria um pódio. E tão cedo no campeonato. Foi o factor “boletim meteorológico“, sem dúvida.
Agora, partimos para Sepang, para mais uma corrida que poderá acontecer sob temporal. Mas indefinição à solta, provavelmente.
Formula 1 em Cartoons – Crazy Circus, de Marcel Marchesi (Australia)
Mas parece que em termos de resultado final, compensou…
30 de Março de 1980. Long Beach, Estados Unidos
No Brasil o desinteresse pela Formula 1, motivado pela frustração de ver Emerson Fittipaldi a desperdiçar alguns dos seus melhores anos da carreira ao volante do projecto pessoal que montara com o seu irmão, ajudado pela açucareira Copersucar, fez com que a Rede Globo “desse” os direitos da Formula 1 à Rede Bandeirantes, que depois os reclamaria de volta, com o sucesso de Piquet nesse ano. As pessoas sabiam que Piquet tinha potencial, e que a vitória era uma questão de tempo, mas não sabiam era quando é que isso iria acontecer. O segundo lugar em Buenos Aires tinha sido um aviso, mas faltava o resto. Esse “resto” aconteceu em Long Beach, e ainda por cima, tinha no pódio a companhia daquele que tinha sido um ídolo, uma referência: Fittipaldi.
O brasileiro tinha partido do 24º e último lugar da grelha, num ano onde tinham comprado a Wolf e alargado as operações para dois carros. E o seu novo recruta, Keke Rosberg, tornara-se numa dor de cabeça para o brasileiro, pois era bem mais rápido do que ele. Não muito longe na grelha estava o suíço Clay Regazzoni, então com 40 anos e ainda com fome de correr. Depois de ter ressuscitado a sua carreira na Williams, decidira tentar mais um ano na Ensign, a escuderia que o tinha acolhido três anos antes, quando saiu da Ferrari. O carro até tinha bom potencial, só que faltava a oportunidade de o demonstrar. E nessa corrida, “Regga” estava a ter essa oportunidade, quando circulava em quarto lugar, à frente de Fittipaldi. Contudo, na volta 51, quando quis travar o carro no final da meta, foi até ao fundo do pedal, mas não obteve resposta. Para piorar as coisas, foi num sítio onde o Brabham de Ricardo Zunino estava parado, sem que os comissários o tivessem retirado. Regazzoni bateu no carro, voou para a barreira de pneus… e a sua carreira terminou ali.
Outro facto interessante de Long Beach foi que o quinto posto no final da corrida. Pertencia ao sul-africano Jody Scheckter, o campeão do mundo pela Ferrari, que conseguia os seus primeiros pontos do ano. Viriam a ser os unicos, e os últimos da sua carreira, pois aos 30 anos de idade, e depois de ter conseguido o título de campeão do mundo, apenas cumpriu o que faltava do seu contrato com a marca do Cavalino Rampante de retirou-se da competição.
De facto, Long Beach foi marcante para muita gente. Para alguns foi um começo, para outros foi um fim. Mas no Brasil, deve ter sido uma reconquista.
A capa do Autosport desta semana
Com o antetítulo “Manobra tática dá a vitória a Button em corrida louca“, os póstitulos encaixam-se nas consequências desta manobra arriscada do piloto britânico na sua equipa (“Lewis Hamilton furioso com a McLaren“). E o ambiente promete aquecer ainda mais, na próxima corrida, no circuito de Sepang (“GP Malásia promete chuva e nova batalha“).
Nos outros títulos desportivos, os destaques são dois, ambos portugueses. O primeiro tem a ver com o fim de semana de abertura da temporada de velocidade, em Braga, com o Campeonato português de GT (“Descubra o novo brilho da Velocidade Nacional“), e do European Touring Car Championship, em que César Campaniço venceu uma das corridas (“César Campaniço vence corrida em Braga“) e sobre a nova vida de Alvaro Parente, agora na Superleague Formula (“Parente assina com o FC Porto para ser campeão“).
Um aviso à navegação
Em principio, devo contar com o regresso da Net à minha casa ainda hoje, que no meu caso está ligada à rede por cabo, e como esta também foi abaixo, as coisas andam viradas do avesso. Mas só falo quando esta estiver devidamente reposta. Eis a nossa dependência do século XXI, meus amigos… e é muito frustrante quando ficamos sem ela.
E como podem imaginar, o meu estado de espírito não é o melhor.
O dia seguinte: as criticas a Schumacher e à Ferrari
Francamente, nunca me iludi em relação às capacidades do piloto alemão. Nâo acreditava vê-lo ao mesmo ritmo de 2004, altura em que conseguiu o seu último título mundial, e sabia que vinha de três anos de ausência e que ele iria ter dificuldades em bater o jovem Nico Rosberg, mas também não esperava vê-lo com o carro campeão do mundo de 2009, a lutar pelo décimo posto, contra o Toro Rosso do jovem (19 anos de diferença!) Jaime Alguersuari durante quase 40 voltas. E antes disso, teve dificuldades em passar o Virgin de Timo Glock.
Claro, Schumacher foi vitima das carambolas da primeira curva. Mas Fernando Alonso, que foi criticado no Sábado pelo mesmo heptacampeão do mundo com acusações de ter sido prejudicado nas suas voltas rápidas, safou-se mais rapidamente do trânsito que tinha à sua frente do que o piloto de 41 anos. Apesar de ainda estarmos na segunda prova do ano, aparentemente, desenha-se uma tendência.
O “La Stampa”, jornal de Turim, propriedade da familia Agnelli (logo, com ligações indirectas à Ferrari) afirma o seguinte na sua edição de hoje: “O carro não é o melhor, mas um de seus pilotos, aquele que tem sete títulos e que ganha 30 milhões, parece ter perdido as suas faculdades. A prova? Foi ultrapassado por um Virgin“, lia-se. Para acabar em beleza, o jornal remata: “Luca Badoer foi crucificado por muito menos. Temos certeza que é realmente Michael Schumacher debaixo daquele capacete vermelho? Talvez Montezemolo estivesse certo quando disse que era o seu irmão gémeo“.
Por outro lado, os “tiffosi” ferraristas não ficaram contentes com o facto de Fernando Alonso ter ficado atrás de Felipe Massa na corrida australiana, alegadamente por estratégia de Stefano Domenicalli, o director desportivo da marca. Para eles, o resultado do Bahrein deveria ser a tendência para o resto do ano, ou seja… Fernando Alonso já deveria ser o primeiro piloto. “Domenicali fez Alonso perder a corrida. O que aconteceu em Melbourne foi inaceitável. Não fosse pelo trabalho de Alonso, a Ferrari teria ficado em sexto e sétimo, respectivamente“, reclama um “tiffosi” nos comentários do site italiano “Gazzeta dello Sport”, citado pelo site brasileiro Tazio.
Alguns, mais radicais, já pedem as cabeças de Domenicalli, e massa até deve ser já substituido por Giancarlo Fisichella, e que no próximo ano deveriam contratar o polaco Robert Kubica. É o que dá dizer asneiras no calor do momento. O chato é que certa imprensa aproveita logo…
E estamos ainda na segunda corrida do ano. Imagino como vai ser daqui a dois meses, quando a Formula 1 estiver na Europa.
IRL: Corrida de St. Petersburg adiada pela chuva
Um fim de semana perfeito desta competição essencialmente americana tem de ser feito em céu azul, ou senão nada feito. É assim desde os primórdios do automobilismo nas terras do Tio Sam. Na história já ficou uma edição das 500 Milhas disputadas ao longo de quatro dias, em 1973…
Assim sendo, esta noite, a unica coisa que sabemos é que Will Power vai largar da “pole-position” e irá tentar a segunda vitória consecutiva nesta temporada, que o deixaria muito bem lançado na competição de 2010. Tony Kanaan é segundo, Scott Dixon o terceiro, Justin Wilson é o quarto, Hélio Castro Neves é quinto e Marco Andretti o sexto. A suiça Simona de Silvestro é a melhor representante feminina, na 14ª posição.
Amanhã veremos o desfecho desta corrida. Será o prolongar da emoção, digamos assim… só espero que não chova de novo.
Formula 1 2010 – Ronda 2, Australia (Corrida)
Mas outro piloto inteligente nesta corrida foi Robert Kubica, que a bordo do seu Renault, conseguiu um importante segundo posto, o primeiro pódio desde o GP de Singapura do ano ano passado. E fez uma corrida quase perfeita, pois não só superou os seus adversários, como também provocou uma fase final emocionante, quando os Ferrari de Felipe Massa e Fernando Alonso, que tentavam ultrapassar o piloto polaco, permitiram a aproximação do McLaren de Lewis Hamilton e o Mercedes de Nico Rosberg. O suspense foi grande, mas o polaco foi o melhor.
E Massa subiu ao pódio, em vez de Alonso, mas ambos beneficiaram dos problemas dos Red Bull, os grandes perdedores da corrida, pois Sebastien Vettel não chegou ao fim, e Mark Webber, depois de se despistar, chegou ao fim no nono posto.
Mas a corrida começou à chuva. E começou com algo que já estamos habituados: uma confusão na primeira curva. Alonso e Button partiram mal e estavam a mais na primeira curva. Tocaram-se, ainda envolveram o veterano Michael Schumacher, que ficou sem bico e colocaram Lewis Hamilton na relva. Já imaginaram o “bodo aos pobres”, caso a carambola desse para o torto? Andou lá perto, quando Alonso caiu para o 22º posto e Schumacher teve de ir às boxes para grocar o bico.
Mas mais à frente, havia motivos para carambola. O Sauber de Kamui Koboyashi despistou-se e mostrou-nos os perigos do automobilismo que, embora adormecidos, eles existem: o pião de Koboyashi causou uma colisão com o Toro Rosso de Sebastien Buemi e o Williams de Nico Hulkenberg. Resultado: podemos ver pela primeira vez na temporada o novo Mercedes CLS AMG, o Safety Car de 2010. Para mau apreciador de Mercedes, confesso que gosto muito do novo carro…
Quando a corrida recomeçou, lá Button fez a sua critica troca de pneus para seco que lhe valeu a sua vitória. E Vettel tinha as coisas controladas até á volta 26, quando aconteceu o segundo momento da corrida. Os travões do seu Red Bull falharam na Curva 13 (que azar!) e pela segunda vez este ano, a potencialidade vitoriosa de Sebastien Vettel foi frustrada. Todos falam que os Red Bull são bons, mas tem de terminar a corrida para confirmarmos a possibilidade. E para piorar as coisas, o seu companheiro Mark Webber travou tarde e parou na traseira de Lewis Hamilton. Ambos chegaram ao fim, e Webber minimizou os prejuízos, acabando no nono posto.
Quanto aos Force India, a equipa disse no inicio do ano que esperavam estar nos pontos por mais vezes. Passaram duas corridas, e parecem que estão a cumprir o prometido, pois Vitantonio Liuzzi pontuou pela segunda vez consecutiva, ao chegar no oitavo posto, depois de na véspera, Adrian Sutil ter conseguido levar o seu carro ao “top ten”. E os Williams, apesar de Hulkenberg ter ficado cedo de fora, Rubens Barrichello mostrou ao de cima toda a sua experiência, ao acabar a corrida no oitavo posto, garantindo mais pontos para o conjunto do Tio Frank.
Uma palavra para Michael Schumacher. Se foi prejudicado por causa dos incidentes da partida, foi interessante vê-lo a duelar com Jaime Algersuari pelo último lugar pontuável. Sâo máquinas teoricamente desiguais, mas ver esta batalha de gerações pelo décimo posto teve o seu quê de curioso. Apesar deste duelo ter sido favorável ao mais velho, acho permaturo dizer que o regresso do heptacampeão alemão tenha sido uma má escolha. Dexemos passar mais umas corridas…
No final, só houve 14 sobreviventes. E dos estreantes, já chegaram dois carros: o Lotus de Heikki Kovalainen, a duas voltas do vencedor, e o Hispania de Karun Chandhok, a quatro voltas de Button. Primeiro que tudo, é bom saber que nesta altura do campeonato, chegar ao fim é um feito. Segundo, os projectos mais sólidos e mais… tradicionais são os que tem melhores hipóteses de chegar ao fim. Se quiserem ler isto como uma critica ao carro da Virgin, interpretem como quiserem.
Fernando Alonso disse na semana que passou que “a Formula 1 não era o Cirque du Soleil“, depois das criticas sobre o aborrecimento da corrida barenita. Esta manhã, os acontecimentos de Melbourne foi o que de mais próximo estivemos de um circo. É tudo uma questão de ambiente, não acham? E para mim, achei uma corrida que valeu a pena.