The End: John Button (1943-2014)

John Button, antigo piloto de “rallycross” e pai de Jenson Button, morreu ontem aos 70 anos, vitima de um ataque cardíaco na sua casa do sul de França.

Apesar de ser o pai de Jenson – que recebeu o nome em homenagem a Erling Jensen, seu amigo dos tempos de rallycross – Button sénior foi um excelente piloto no seu tempo. Nascido a 27 de julho de 1943, em 1976, tornou-se vice-campeão britânico de rallycross, a bordo de um Volkswagen Carocha de cor laranja, que ficou na mente dos fãs e da imprensa, que o batizaram de “Colorado Beetle“. Tentou depois a sorte com um Volkswagen Golf de 1.9 litros, mas os resultados não foram melhores.
Pai de quatro filhos – Jenson era o mais velho – conseguiu transmitir a sua paixão para ele, desde os seus tempos do karting, quando em tenra idade construiu um, com um motor de 60cc, para ver se acalmava a sua hiperatividade. Para isso, acabou por abandonar a competição e preparou motores de karting para sustentar a carreira do seu filho. Segundo conta Joe Saward, um dos pilotos que Button Sénior chegou a preparar foi Lewis Hamilton. E compensou: aos 17 anos, Jenson venceu o campeonato europeu de karting, antes de passar para os monolugares.
E quando em 2000, com a tenra idade de 20 anos, ele chegou à Formula 1, passou a acompanhar todas as corridas do seu filho, excepto o GP do Brasil de 2001, quando ficou doente e não pôde ir a Interlagos. E ao longo da carreira do seu filho, era habitual, era uma presença carismática nas boxes das equipas onde o seu filho trabalhou. Há uma certa cena do seu “joie de vivre” que recordo em 2008, em Interlagos. Quando Button filho acabou a corrida na entrada das boxes, com o seu motor a arder, Button pai não se conteve: “Deixa o arder, meu filho!“. 
Mal sabia o destino que essa seria a última corrida da construtora japonesa e o inicio de uma temporada de sonho que o levaria um ano depois, precisamente no mesmo local, a ver o seu filho coroado campeão do mundo, a bordo de uma Brawn GP resultante das cinzas da mesma Honda que fugiu a sete pés da Formula 1, afetada pela crise mundial.

O seu filho Jenson escreveu em 2002 acerca do contributo do pai para a sua carreira: “Sem o meu pai, provavelmente nunca me tinha metido no automobilismo. Foi ele que me providenciou o meu primeiro kart, e foi ele que me levou à pista de Clay Pigeon, onde lhe tinha pedido para correr num lugar onde pudesse aprender o oficio. 

Ao longo desses primeiros anos, ele estaria a ver-me na pista nos dias de chuva, eu a divertir-me e ele a pagar as contas, ele dava-me espaço para crescer como piloto e encorajava-me, quando as coisas eram mais duras, ajudava-me a focar as minhas energias no objetivo, quando lhe disse que queria ir para a Formula 1. Nunca me riu de mim quando afirmei tal objetivo, ainda eu era criança. Fez o que tinha a fazer no caminho que me levou à Williams em 2000. Houve alturas em que ficamos sem dinheiro, mas ele nunca me disse isso, nunca me fez sentir culpado pelas despesas e os sacrificios que fez à sua vida pessoal. 

Talvez a coisa mais incrivel sobre ele não foi o típico “karting dad”. Claro que era capaz de defender-me, mas foi sempre capaz de estar nos bastidores, e estava a gozar a vida nessa situação, tal como faz hoje em dia na Formula 1“.

A coisa boa é que viveu tempo suficiente para ver os altos e baixos da sua carreira na categoria máxima do automobilismo e ver o seu filho se transformar de uma jovem esperança para um veterano respeitado, nas suas passagens por Williams, Benetton, BAR, Honda, Brawn GP e McLaren.

E esta última equipa, nas palavras de Martin Withmarsh, refere John Button como uma personagem carismática e querida de todo o pelotão:

Ao longo da já minha longa carreira na Formula 1, encontrei muitos pais de pilotos, mas nunca tinha encontrado ninguém tão devoto do seu filho como John. Desde a sua infância, nos go-karts, que o seu pai esteve ao seu lado, ajudando-o apoiando-o, tentando encontrar o dinheiro necessário para continuar a sua carreira. E à medida que ele crescia, e vencia corridas, John continuava a apoiá-lo e a ajudá-lo.”

“Agora, com o seu filho a tornar-se num piloto por direito próprio, a ser campeão do mundo e a ser o piloto mais experimentado do atual pelotão, John era uma personagem sempre presente, uma personagem amorosa e popular, quer entre o seu circulo mais íntimo, quer entre os que sempre o conheceram no paddock“, concluiu.

E a partir de agora, a sua ausência vai ser tremendamente sentida por todos o que conheciam.

Ars longa, vita brevis, John.

Youtube Movie Presentation: A apresentação de "Rush" nos Globos de Ouro

“Rush” tinha duas nomeações para os Globos de Ouro: Melhor Filme em Drama, e Melhor Ator Secundário. Não ganhou nenhuma delas, mas a apresentação do filme, ontem à noite, ficou a cargo de Chris Hemsworth e… Niki Lauda.
Amanhã vão ser as nomeações para os Óscares. Vamos a ver se leva alguma, e se sim, quantas e em que categorias.

Youtube Rally Testing: os Ford a preparar-se para Monte Carlo

Já não falta muito para o começo do Mundial de Ralis, e as equipas preparam com afinco para o Rali de Monte Carlo. E agora, coloco os Ford Fiesta WRC da M-Sport a fazerem os seus testes, neste caso em particular, com o regressado Mikko Hirvonen ao volante, mas há videos com Elfyn Evans a bordo, por exemplo.
Este ano, com quatro equipas a bordo, vai ser bem interessante ver até que ponto os coreanos da Hyundai irão alterar a ordem das coisas. Não espero muito já em Monte Carlo, mas no ano passado falei a mesma coisa em relação à Volkswagen e deu no que deu…

Dakar 2014 – Etapa 7 (Salta – Salta/Uyuni)

Depois de um dia de descanso, na cidade argentina de Salta, máquinas e pilotos decidiram ir hoje por caminhos diferentes. Se no caso dos automóveis, a etapa de hoje é à volta da cidade argentina, com 533 quilómetros cronometrados, para as motos, teriam de fazer 409 quilómetros para visitarem a Bolivia e passar pelo Salar de Uyuni, um dos lugares míticos do deserto de Atacama, onde o Dakar faz a sua estreia nesse país sul-americano, depois de uma passagem pelo Peru, em 2012 e 2013. Contudo, o mau tempo que se fez nessa zona fizeram com que a partida se transferisse para aquele onde seria o terceiro “checkpoint” da etapa.
Entretanto, antes de começar esta etapa, a organização do Dakar decidiu penalizar o argentino Orlando Terranova em 15 minutos devido a um acontecimento ocorrido na sexta etapa. Aparentemente, o Mini destruiu a moto do colombiano Juan Sebastian Toro na passagem de uma duna, algo que Terranova não viu. O “motard” queixou-se do assunto à organização, e depois de vistas as imagens do acidente, declarou que ele tinha razão. Resultado final, o argentino – navegado pelo português Paulo Fiuza – caiu do segundo para o quarto posto da geral, agora a 45 minutos do líder, Nani Roma.
Nas motos, nessa etapa encurtada, o melhor foi o espanhol Joan Barreda Bort, quatro minutos e três segundos na frente do seu compatriota Marc Coma. A cinco minutos e 35 segundos do vencedor, apareceu Cyril Després. Pedrero Garcia foi o quarto na etapa.
Quanto aos portugueses, este foi um bom dia. Hélder Rodrigues terminou no sétimo posto, enquanto que Mário Patrão foi o oitavo, o seu melhor resultado de sempre numa etapa do Dakar.

Foi fantástico! Estou muito contente porque felizmente começam a vir os bons momentos depois de um Dakar que tem sido tão difícil e com tantos contratempos. Estar ao longo de todo o dia em luta com os melhores pilotos desta prova é sem dúvida muito importante para a minha motivação, sei que não temos as mesmas condições, eu trago a minha mota de casa, feita por mim, por isso chegar ao fim e ver que prova capacidades para estar nos lugares da frente é um grande orgulho”, contou o piloto de Seia.

Na geral, Coma está na frente da classificação, mas Barreda Bort é o segundo classificado. 

Nos automóveis, Carlos Sainz foi o melhor na etapa, na frente dos Mini de Nasser Al Attiyah e de Stephane Peterhansel. A diferença entre os dois primeiros foi de quatro minutos e 45 segundos, com Peterhansel a chegar a meta com uma diferença de sete minutos e 26 segundos sobre o piloto espanhol. Na geral, Nani Roma – que foi quarto, a nove minutos de Sainz – continua a ser líder, com Stephane Peterhansel a ser o segundo, a 31 minutos. O sul-africano Giniel de Villiers é o terceiro, a 48 minutos, mas Orlando Terranova não está muito longe, no quarto posto, a 54 minutos do líder.

Amanhã, o Dakar entra em terras chilenas, com as motos e os carros a reencontrarem-se na localidade de Calama, após as motos fazerem 462 quilómetros, e os carros e camiões, 302.

A Can-Am de Jackie Stewart

Nos anos 60 e 70, era frequente os pilotos de Formula 1 fazerem participações noutras modalidades automobilísticas. Fossem para representar a mesma marca onde corriam na Formula 1, ou porque o dinheiro era curto e tinham de complementar noutras competições, eles enriqueciam a lista de inscritos em coisas que iam desde a Endurance até às 500 Milhas de Indianápolis ou as 24 Horas de Daytona. Até coisas como a Formula 5000 ou a Formula 2 estavam recheadas de pilotos de Formula 1 que, podendo não contar para o campeonato, enfrentavam a concorrência de “jovens lobos” que os faziam passar por períodos complicados.

Jackie Stewart não foi excepção. Correu em Indianápolis nos seus tempos da BRM, alcançando boas prestações na edição de 1966 – foi o Rookie do Ano – e em 1970 era para correr nas 24 Horas de Le Mans ao lado de Steve McQueen num Porsche 917K da Vyer Team, mas no final, a sua participação foi rejeitada devido ao alto preço do seguro que os estúdios pagariam, pois na altura, o ator estava a filmar “Le Mans”.
Para além de Endurance e IndyCars, o escocês andou na Can-Am. Primeiro em 1970, conduzindo o icónico Chaparral 2J, um carro que tinha tanto de radical como de pouco fiável. E em 1971, no ano do seu bicampeonato com a Tyrrell, guiou um Lola T260, um carro desenhado especialmente pela marca para tentar derrotar os dominantes McLarens, que desde 1968 faziam algo que a certa altura se chamou de “The Bruce and Denny Show”, dado o domínio por parte dos pilotos de então, Bruce McLaren e Dennis Hulme.

Em 1971, McLaren tinha morrido, e ele fora substituído pelo americano Peter Revson, com Hulme como coadjuvante. A Can-Am era altamente popular devido ao seu elevado “prize-money” e à capacidade única de discussão entre os pilotos de Formula 1 e os da IndyCar, que se duelavam ali, para ver quem se saia melhor. Nesse ano, depois da experiência do escocês com o Chaparral, tinha sido contactado por Carl Haas, representante da marca nos Estados Unidos, e que iria ficar com o chassis, pois tinha o forte apoio da tabaqueira LM.

O T260 era um carro radicalmente novo, mas muito bom. Contudo, em termos de beleza, não era o mais bonito. Em vez de ter linhas fluidas, era mais um “caixote” como o Chaparral ‘sucker car’ desenhado por Jim Hall e que tinha guiado em Watkins Glen, em 1970”, contou o escocês ao jornalista do Moorsport, Gordon Kirby.
Stewart não teve muito tempo de habituação ao Lola. Um teste de pré-temporada em Silverstone, onde choveu na maior parte do tempo, foi o que conseguiu. Após isso, o carro foi embarcado para o Canadá, onde se estreou no circuito de Mosport, que também por esses dias era a habitual paragem da Formula 1. 
Apesar do pouco tempo de teste, Stewart fez o seu melhor e alcançou a pole-position, batendo os McLaren de Hulme e Revson. Na partida, o escocês foi superado pelo neozelandês, mas no final da décima volta, quando Hulme teve de lidar com tráfego, Stewart aproveitou a hesitação e o passou. Parecia que ia a caminho da vitória, mas a meio da corrida, um rastro de óleo começou a surgir do seu carro e a transmissão quebrou-se pouco tempo depois. Assim, o escocês viu nas boxes a dobradinha Hulme-Revson, e os McLaren a dominar a corrida.
Mal eles sabiam que aquele Lola iria dar-lhes dores de cabeça ao longo daquela temporada. Tanto que a corrida seguinte era no difícil circuito de Mont-Tremblant, no Quebec canadiano. Duas semanas depois daquela manifestação de desafio, Stewart levou a melhor, subindo ao lugar mais alto do pódio e dando a Carl Haas a sua primeira vitória como construtor. “Saint-Jovite [local onde fica o circuito] foi uma grande vitória”, comentou.
Depois do Canadá, seguiu-se os Estados Unidos, mais concretamente o circuito de Road Atlanta, no fim de semana de 10 e 11 de julho. Nos treinos, Stewart foi o terceiro na qualificação, mas na corrida, ele perseguiu os McLaren até os ultrapassar. Quando os fez, começou a distanciar-se e parecia que iria ganhar… até que um furo lento o fez ir às boxes. Reparados os estragos, quando voltou à pista, estava no fundo do pelotão, a três voltas dos lideres. Enraivecido, começou a subir na classificação, fazendo a volta mais rápida pelo meio. Mas isso fez esforçar demais o carro, e teve de voltas às boxes para arrefecer os travões, que tinham sobreaquecido. Voltou à pista, mas o carro estava a desfazer-se aos bocados. Ela acabou quando um dos amortecedores traseiros se quebrou.

Com o resultado de 2-1 a favor dos McLarens, a Can-Am seguiu para Watkins Glen, a 25 de julho.O escocês colocou o carro na pole-position, e na corrida, ele liderava com algum avanço até que teve novo furo. Perdeu ali uma volta para Peter Revson, e tentou recuperar o tempo perdido ao regressar à corrida. Mas foi em vão: a transmissão cedeu e ele se viu obrigado a desistir.

Por esta altura, Stewart tinha outras dificildades para líder: estava doente, com monocelulose, e isso o debilitava imenso, num ano em que voava dos Estados Unidos para a Europa para fazer ambos os campeonatos: Formula 1 e Can-Am. “É uma doença debilitante que te suga toda a tua energia. Não conseguias dormir e ficavas exausto. Era arrasador”, recordou.
Recuperado, ele correu a prova de Mid-Ohio, onde aí, ele aproveitou os problemas dos McLaren para vencer a sua segunda corrida do ano, mas a vantagem já pertencia aos carros laranjas, e parecia que eles iriam vencer mais uma vez o campeonato, o que veio a acontecer. Stewart não venceu mais corridas na temporada, mas conseguiu dois segundos lugares, em Edmonton e em Laguna Seca, onde conseguiu intrometer-se entre os carros de Hulme e Revson. Na prova final, em Riverside, não chegou ao fim.
Apesar de não estar em pico de forma durante boa parte do ano, a temporada de Stewart foi ótima: dominadores na Formula 1, as duas vitórias obtidas na Can-Am deram-lhe o terceiro lugar do campeonato, com 96 pontos, não muito longe dos McLaren dominadores de Revson (campeão com cinco vitórias e 142 pontos) e Hulme (segundo, com três vitórias e 132 pontos). E foi o único a quebrar o domínio dos carros laranja nas pistas norte-americanas.

Mas em jeito de conclusão, ele referiu que aquele carro foi o mais difícil de guiar de toda a sua carreira: “O carro tinha uma distância entre-eixos muito curta e era muito difícil de guiar. Em comparação com os McLarens, era um monstro e tinhas simplesmente de saber como o lidar. Em circuitos velozes como o de Riverside, era muito complicado, porque não sabias como é que se iria comportar”, afirmou.

Contudo, as suas prestações foram mais do que suficiente para que a McLaren atirasse um contrato para a temporada de 1972 da Can-Am. E ele aceitou. 
Fui abordado pela McLaren no sentido de guiar para eles na temporada de 72 da Can-Am. Testei o carro deles e comparado com o nervoso Lola, era um carro de passageiros, calmo e confortável. Com o Lola, parecia estar a um segundo de algum grave acidente. Assim sendo, assinei para eles e foi algo triste ter de telefonar para Haas e dizer que não iria mais trabalhar com ele, pois tinha sido generoso e amigável. Mas queria vencer, e a McLaren tinha o carro certo. Mas depois, a saúde me pregou mais uma partida [teve uma úlcera] e quando fiquei curado, decidi concentrar-me na Formula 1.
Quanto a Carl Haas, só tem elogios para o profissional e para a sua contribuição para o automobilismo americano. “Sempre fomos amigos, e continuamos amigos até hoje. A minha decisão poderia ter afetado a nossa amizade, mas como tinha uma grande equipa e muito unida, e como sabia das dificuldades que passei, compreendeu a minha decisão. Foi uma boa experiência ter corrido com ele. É um vencedor. As suas passagens pela Can-Am, Formula 5000 e IndyCar foram sempre vitoriosas, com as suas equipas e os seus pilotos. Foi um dos promotores do automobilismo de circuito nos Estados Unidos. É um simbolo, ele representa a América aos olhos de muitos europeus. E tive um enorme orgulho de ter guiado para ele”, concluiu.

Formula 1 em Cartoons – O número escolhido por Maldonado (GP Toons)

Causou alguma surpresa o facto de Pastor Maldonado ter escolhido o número 13 como seu número a partir de agora na Formula 1. Sendo que em alguns países é considerado um número de azar – provavelmente não deve ser na sua Venezuela natal… – e como a Formula 1 não o usava desde que Divina Galica tentou qualificar o seu Brabham no GP da Grã-Bretanha, em 1976, ver o audacioso – e sem cérebro Maldonado usar tal número fez com que o seu compatriota Hector Garcia decidisse fazer este “cartoon”.
Eis um homem que não acredita no azar. Ou na sorte…

Dakar 2014 – Etapa 6 (Tucuman – Salta)

A véspera do dia de descanso neste Dakar – que está a ser bem duro – ficou marcada por várias quedas e uma morte entre os “motards”. A mais relevante foi a desistência do chileno “Chaleco” Lopez Cotardo, que caiu no quilómetro 211 e ficou ligeiramente ferido, com a moto a ficar muito danificada.
Em termos de etapa, o grande vencedor é um piloto que já não ganhava… desde 2006. O franco-maliano Alain Duclos foi o grande vencedor desta etapa, conseguindo um minuto e 15 segundos de avanço sobre Marc Coma. Michel Metge foi a surpresa do dia, aparecendo na terceira posição, a um minuto e 49 segundos, na frente de Joan Barreda Bort, a dois minutos e vinte segundos. Cyril Després foi o quinto, a dois minutos e 55 segundos, na frente de Hélder Rodrigues, a quatro minutos e 21 segundos do vencedor.
Na geral, Coma têm agora um avanço de 42 minutos sobre Barreda Bort, com Alain Duclos a subir para terceiro, a uma hora de Coma. Hélder Rodrigues é agora o oitavo da geral, a duas horas de Coma.
Nos automóveis, Stephane Peterhansel foi o melhor nesta etapa, colocando os três Mini nos três primeiros lugares, ficando na frente de Nasser Al Attiyah e de Orlando Terranova. Mas Peterhansel, com quase 50 anos (tem 48), alcançou hoje um feito inédito: conseguiu ter o piloto mais vitorioso em etapas, alcançando as 63, 33 em motos e 30 em automóveis.
Peterhansel levou a melhor sobre Al Attiyah por pouco mais de dois minutos, enquanto que a diferença para Terranova ficou-se por pouco mais de três minutos. Giniel de Villers foi o quarto, na frente de Carlos Sainz e Nani Roma, que ficou a pouco mais de seis minutos da geral, controlando o andamento dos adversários.
Na geral, Roma segue líder, com mais de meia hora de avanço sobre Orlando Terranova e Stephane Peterhansel. Amanhã, máquinas e pilotos descansarão em Salta e repararão os seus carros e motos.  

Dakar: acidente grave coloca fora de prova um dos gémeos Escalé

O João Carlos Costa, da Eurosport, falou hoje sobre os gémeos Escalé, que foram este ano ao Dakar graças à generosidade de Nasser Al Attiyah, que os ajudou quando soube que um dos patrocinadores decidiu retirar “em cima da hora” e um deles decidiu sacrificar-se em nome do irmão gémeo.
Há cerca de duas semanas, falou-se sobre esse ato de generosidade por parte do piloto qatari. Hoje, soube-se de más noticias. Um dos irmãos, Gilbert, desistiu na quinta etapa, vítima de uma queda. Mas esta foi bem grave: sofreu um traumatismo renal e hepatico grave, para além de uma fratura na bacia e no torax. Está internado no hospital de Padilla, na Argentina, em estado grave.
Uma pena. Desejo tudo de bom para ele, e que recupere totalmente, para que ambos voltem de novo ao Dakar.

Os números dos pilotos: a lista definitiva

Com o passar dos dias, os pilotos anunciam à FIA e ao mundo quais serão os números que irão usar a partir da temporada de 2014. Através do Twitter, a esmagadora maioria dos pilotos já anunciou que fez as suas escolhas, e esta tarde, a FIA colocou a lista definitiva, com Max Chilton ainda a não anunciar qual vai ser o seu número, e a Caterham ainda não divulgou qual vai ser a sua dupla de pilotos para a temporada de 2014.
Eis a lista:
1 (5) – Sebastian Vettel (Red Bull)
3 – Daniel Ricciardo (Red Bull)
6 – Nico Rosberg (Mercedes)

7 – Kimi Raikkonen (Ferrari)

8 – Romain Grosjean (Lotus-Renault)
11 – Sergio Perez (Force India)
13 – Pastor Maldonado (Lotus-Renault)
14 – Fernando Alonso (Ferrari)
17 – Jules Bianchi (Marussia)
19 – Felipe Massa (Williams)
20 – Kevin Magnussen (McLaren)
21 – Esteban Gutierrez (Sauber)
22 – Jenson Button (McLaren)
25 – Jean-Eric Vergne (Toro Rosso)
26 – Daniil Kyvat (Toro Rosso)
27 – Nico Hulkenberg (Force India)
44 – Lewis Hamilton (Mercedes)
77 – Valtteri Bottas (Williams)
99 – Adrian Sutil (Sauber)
A escolha de Magnussen e Button não é inocente: são os numeros que usaram quando venceram os seus campeonatos. No caso do britânico, foi o numero que usou quando estava na Brawn GP em 2009, quando foi campeão do mundo, e no caso de Magnussen, era o numero que usou em 2013 quando foi campeão da Formula Renault 3.5, contra Stoffel Vandoorne e António Félix da Costa.
Já Nico Rosberg decidiu honrar a herança paterna, já que era o numero que o seu pai Keke Rosberg usou em 1982, quando se tornou campeão do mundo. Interessante a escolha de Pastor Maldonado. Isto significará que o numero 13 está de volta, mais de trinta anos após ter sido usado pela última vez, pela piloto Divina Galica, em 1976. 
Surpreendente é a escolha do numero 27: quando todos pensavam que iria cair nas mãos de Jules Bianchi, pela sua ligação à Ferrari, acabou por ser o alemão Nico Hulkenberg, da Force India, a ser o escolhido. O francês acabará por andar com o numero 17. Lewis Hamilton decidiu ficar com o 44, enquanto que o 77 de Bottas tem a ver com o seu apelido e a capacidade de ganhar mais alguns trocados com o “merchandising”…

Post-Scriptum: Acabo de saber que Sebastian Vettel vai ficar com o numero 5 nos anos em que não andará com o numero 1. Boa escolha.

Dakar: "Motard" belga encontrado sem vida

A organização do Dakar anunciou esta tarde que o motard belga Eric Pallante foi encontrado ontem sem vida, no percurso entre Chilecito e Tucuman. Pallante tinha 50 anos de idade e poderá não ter resistido ao calor intenso que se faz sentir neste momento naquela região da Argentina.
O motard vinha este ano pela Honda e participava pela 11º vez no “rally-raid” com resultados modestos. O seu melhor foi um 66º posto na edição de 2012 e ele era um dos que fazia “a solo”, ou seja, sem assistência. Em 2007, ainda o Dakar corria em Africa, sofrera um acidente grave, que causou muitas lesões no seu corpo, mas isso não o impediu de continuar a participar neste rally, agora na América do Sul.
A morte de Pallante torna-se na 23ª em 35 edições da história do Rally Dakar.
A noticia da sua morte acontece horas depois de outro acidente ter tirado a vida de dois jornalistas argentinos que acompanhavam o rali. Eles e mais dois fotógrafos vinham num automóvel que perdeu o controlo e caiu numa ravina. Os jornalistas, de 20 e 53 anos, pertenciam ao periódico “Super Rally” e tiveram morte imediata, enquanto que os fotógrafos sobreviveram com ferimentos.
O Dakar prossegue hoje entre Tucuman e Salta, na Argentina.